Chefe do Executivo esclareceu sobre funcionamento do Centro de Triagem de Infectologia, distribuição de cestas de alimentos, vacinação contra a gripe e ensino à distância, entre outros assuntos

O prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable, atualizou na noite desta segunda-feira (13), os números da Covid-19 no município. Existem 24 casos de contaminação confirmados, em quatro deles os pacientes estão em estado grave; 23 casos seguem aguardando o resultado dos exames pelo Laboratório Central Noel Nutells, no Rio, e um óbito.

O chefe do Executivo também detalhou sobre o quantitativo de vacinas contra a gripe (Influenza). A meta inicial do município é imunizar 21.872 pessoas que integram o público alvo da campanha. Deste total, 18.792 já receberam a vacinação domiciliar ou no sistema drive thru, sem que fossem registradas filas, aglomerações ou exposições dessas pessoas ao risco de contaminação pelo coronavírus.

A Secretaria de Saúde está aguardando o recebimento de novas doses da vacina pelo Governo do Estado para organizar mais uma edição da imunização de idosos em suas próprias residências e também no sistema drive thru.

Sobre o Centro de Triagem de Infectologia na UPA da Região Leste, Rodrigo Drable, ressaltou que o imóvel foi reformado e está pronto para receber os leitos. “O Governo do Estado se comprometeu em enviar dez respiradores e dez monitores para equipar o CTI. Eles já foram comprados da China, mas ainda não foram entregues. Tão logo o município receba esses equipamentos, nosso prazo é de 48 horas para que o Centro de Triagem e Tratamento da Covid-19 entre em funcionamento. Dessa maneira evitamos a probabilidade de contágio pelo vírus naqueles cidadãos que precisam acessar os serviços médicos de urgência da UPA do Centro e da Santa Casa. Para se ter ideia da situação atual, há um aumento de 800% nos casos de pessoas infartadas em todo o mundo em função do receio de buscar o atendimento médico e ser contaminada pelo coronavírus na unidade hospitalar”.

Com referência ao Hospital Regional, Rodrigo Drable disse que a unidade é custeada por meio de um consórcio entre os municípios da região, mas que a administração é feita pela Secretária de Estado de Saúde. “Não temos intervenção sobre a unidade, apena utilizamos a rede de regulação do Estado, que agenda os atendimentos e internação dos casos graves. O Hospital dispõe de 80 leitos de CTI, que já estão quase esgotados por ocupação de pacientes da Baixada Fluminense acometidos pelo coronavírus. Nós atendemos as pessoas independentemente do local onde elas moram, mas fica claro que o Hospital Regional como o próprio nome diz, é destinado a atender pacientes da região. Não adianta lotarmos a unidade e daqui a pouco não termos condições de atendermos os munícipes do Sul Fluminense. Por isto, as prefeituras que integram o consórcio estão tratando com o Governo do Estado essa situação a fim de evitar que os pacientes da Baixada Fluminense sejam tratados aqui. É claro que todos eles merecem receber cuidados médicos, mas de preferência em suas cidades de origem, para que não haja comprometimento no tratamento dos cidadãos da nossa região”, explicou o prefeito.

Com relação às filas nas agências bancárias, o prefeito destacou que a responsabilidade sobre a organização do atendimento cabe aos próprios bancos. “A atividade bancária é de competência do Governo Federal e do Ministério Público Federal. Diante desse contexto recorri ao MP solicitando a intervenção nos bancos. O que a Prefeitura fez, foi determinar sobre as filas fora das agências para evitar a potencialização dos riscos de transmissão da doença. Vale destacar que esse problema é comum em todas as cidades do país e que as pessoas têm a necessidade de receber sua aposentadoria, salários e o auxílio emergencial de R$ 600, pago pelo governo”.

A prefeitura também pediu ao MP atuação de forma incisiva sobre as empresas de ônibus, já que a determinação é para que não haja aglomerações no transporte de passageiros. “Estamos fiscalizando e multando as empresas que insistem em trafegar com os ônibus lotados. Também estamos dispostos a fazer a intervenção, se necessário for. Nesse momento, nossa prioridade é saúde do cidadão em detrimento da empresa”.

Rodrigo Drable descartou a possibilidade de os educadores da rede municipal ministrarem aulas por meio do sistema EAD (Ensino à Distância). “Temos cerca de 19 mil alunos. Desse quantitativo, aproximadamente 14,5 mil vão às escolas para se alimentar. A grande maioria não tem computador e acesso à internet em suas casas. Portanto, seria injusto ofertar o EAD como forma de progressão para o ano letivo. Após o fim da quarentena, voltaremos com as atividades curriculares de maneira igualitária, atendendo as necessidades de nossos alunos”, ressaltou.

CLOROQUINA – Acerca do tratamento à base de Cloroquina, o prefeito esclareceu que o Ministério da Saúde estabeleceu um protocolo e que o Governo do Estado enviará doses do medicamento para tratar 37 pacientes com coronavírus. Contudo, diante da possibilidade de crescimento exponencial da doença, a Prefeitura já encomendou o medicamento para o tratamento de mil pacientes pelos próximos seis meses.

Outro assunto abordado pelo prefeito foi a distribuição de cestas de alimentos. Até o momento, cerca de três mil cestas básicas foram entregues a pessoas cadastradas na Prefeitura e que estão sem renda mínima, como motoristas auxiliares de ônibus escolares, vendedores ambulantes, prestadores de serviços, motoristas auxiliares de táxis e pessoas da comunidade já assistidas pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos.

Rodrigo disse ainda que Barra Mansa, Volta Redonda e Pinheiral estão definindo junto ao Ministério Público uma proposta de retorno as atividades comerciais, que não causem aglomerações, e são necessárias para a geração e manutenção dos empregos e sustento das famílias. “Na próxima sexta-feira, às 14h, teremos uma nova reunião para debater um retorno gradativo comum a essas três cidades”, concluiu.