Durante declaração, prefeito Rodrigo Drable também anunciou a extensão do período de quarentena por mais sete dias

O prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable, anunciou na noite desta sexta-feira (9) o recebimento de R$ 6,2 milhões em verbas para o fortalecimento do combate ao novo coronavírus no município. Deste total, R$ 1 milhão foi repassado pelo Governo do Estado e R$ 5.228.400,23 virá pelo Governo Federal, através da portaria nº 774 do Ministério da Saúde. A previsão é que esta ajuda seja usada no Centro de Triagem e Tratamento, instalado na antiga UPA da Região Leste.

Drable explicou que o cálculo deste valor é feito de acordo com diversos critérios, entre eles a efetividade da rede de saúde da cidade. “Tem cidades muito maiores que a nossa, que têm contaminações maiores e que receberam valores até menores que o nosso, porque a nossa rede é efetiva. Como nós temos um hospital grande e uma rede que tem uma produtividade alta, nós recebemos um valor maior para criarmos uma estrutura maior, para recebermos pessoas de outros municípios. Barra Mansa é uma cidade polo na saúde para 19 outras cidades, isso quer dizer que essas cidades buscam atendimento aqui na nossa Santa Casa”, explicou.

O chefe do executivo informou que o valor ajudará no funcionamento do Centro de Triagem e Tratamento, mas que a quantia não custeará todos os serviços voltados ao combate do vírus, previstos em R$ 15 milhões. “Esse centro vai ter um custo aproximado de 840 mil reais por mês, isso quer dizer que a previsão de funcionamento para tratamento da doença, com intensidade, é de seis meses e isso vai custar R$ 5,04 milhões. Se recebemos R$ 5,228 milhões do  Governo Federal, quer dizer que vai ser suficiente para funcionar só o Centro de Tratamento. Mas nós temos uma UPA que está trabalhando e atendendo, temos equipes, temos muitos profissionais que estão afastados e precisam ser repostos e a despesa com isso aumenta, nós temos uma Santa Casa que é referência  em atendimento para várias cidades e é natural que ela esteja sobrecarregada também. Então temos que fazer uma matemática muito enxuta para permitir que tenhamos condições de comprar Equipamento de Proteção Individual, que nós possamos implementar de forma dinâmica e funcional o nosso Centro de Triagem e que possamos fazer a aquisição de testes rápidos”.

Por conta da dificuldade em adquirir equipamentos médicos, o Centro de Triagem passa de 10 para cinco leitos de CTI, inicialmente. “Hoje o Estado confirmou que vai mandar cinco equipamentos. Não serão os 10, por enquanto, porque estão tendo dificuldade de receber os equipamentos vindo da China”, informou.

Ampliação do período de isolamento

Sobre o isolamento, Drable informou que irá estender por mais sete dias a medida. “Eu tenho duas correntes, aqueles que querem voltar e aqueles que entendem a gravidade da coisa, principalmente do campo médico, pedindo que nós façamos a extensão do prazo. Estou na expectativa de prorrogar mais sete dias e se nós conseguirmos adquirir tanto o EPI, quanto os testes nesses próximos sete dias, que as coisas possam voltar a ter um fluxo de normalidade. Ainda não temos esses elementos minimamente necessários para fazê-lo”, explicou.

Testes Rápidos e Equipamentos de Proteção Individual

A Prefeitura de Barra Mansa tem buscado adquirir testes rápidos de detecção para o COVID-19. Após tentar fazer a compra com quatro empresas diferentes, o município continua sem o material que custa entre 100 e 150 reais.

– Todas as empresas que combinaram a venda conosco, cancelaram. A China não está entregando. Então as empresas têm expectativa da mercadoria chegar ao Brasil, mas ela não chega e nós não conseguimos efetivar as compras. Agora a pouco, estava conversando com outra empresa, fazendo esse exercício de tentar efetivar a compra, informou Rodrigo Drable.

O prefeito informa que, com os testes rápidos, será possível começar a elaborar a volta das atividades sociais e econômicas no município. “Se nós queremos voltar à vida normal em breve, é fundamental que a gente tenha teste em massa, que nós façamos o teste em todos os nossos profissionais de saúde e nas pessoas que estiverem com intenção de voltar ao trabalho”.

A Prefeitura já destinou recursos para a compra deste material, como também dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI). “Já separei recurso para isso, mas não conseguimos efetivar as compras. Sem que nós tenhamos esses dois elementos, nós ficamos limitados ao isolamento, que é a forma mais eficaz que temos, hoje, para evitar o contágio”.