Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) realiza uma série de ações para orientar pais, responsáveis e menores

A Prefeitura de Barra Mansa, através da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH), celebra nesta quarta-feira, dia 18, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A Pasta, por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), realiza uma série de ações com o objetivo de orientar pais, responsáveis e as crianças e adolescentes para prevenir possíveis casos e identificar os crimes.
De acordo com o gerente de proteção especial, Alexandre Martins, a data é importante para trazer o assunto à tona, pois ainda é considerado um tabu.
“Os trabalhos de prevenção e orientação devem ser constantes. Em todas as ações que realizamos ao longo do ano na Secretaria de Assistência Social, temos esse olhar de prevenção para as crianças e para as famílias, no sentido de estar orientando. Essa data tem a função de despertar a discussão e o falar sobre o tema, pois existem casos que não são identificados e notificados e precisamos enfrentar essa realidade. Não dá para achar que não existe. É importante trazer essas situações para o conhecimento de todos”, destacou.
Em Barra Mansa, todos os Cras (Centro de Referência da Assistência Social) trabalham a importância do diálogo e da prevenção para que todos fiquem em alerta para possíveis casos. “Nós trabalhamos, por exemplo, com as crianças os cuidados com o corpo, enfatizando para elas quem pode tocá-las e onde esses toques são permitidos e onde não são. Mostramos a elas que o corpo delas é precioso e que as pessoas não podem tocá-las. Também destacamos a importância do diálogo com os pais”, explicou.
Ainda segundo Alexandre Martins, os números no município são considerados alarmantes, pois além dos notificados, há aqueles que não são registrados e não chegam às autoridades.
“Em todo o ano de 2021 nós acompanhamos 17 casos registrados. Em 2022, apenas de janeiro a maio, nós já tivemos sete ocorrências. São dados preocupantes, pois sabemos que há um sub-registro, ou seja, casos que ocorrem, mas que não são denunciados ou que só vêm à tona anos depois. Por isso, achamos que esses dados são inferiores à realidade. O que chega até nós é proveniente das denúncias e relatos das vítimas. Por isso é muito importante o trabalho de orientação e de diálogo, principalmente com as crianças e os adolescentes, que são as vítimas. Elas devem ficar em alerta para os primeiros sinais da violência”, disse Martins.

Apoio
Com o registro do abuso ou da exploração, a vítima recebe apoio e é acompanhada por uma equipe especializada. “Nós temos a proteção especial, que através do Creas, faz o trabalho de apoio e acompanhamento psicossocial, com psicólogos, assistentes sociais e educadores, que oferecem atividades e é feita uma avaliação inicial das demandas da criança/adolescente, havendo a necessidade de uma psicoterapia, nós acionamos a pasta da saúde. Dependendo da situação de cada uma, o Creas vai interagir com outros órgãos para ajudar no atendimento, de acordo com cada demanda”, ressaltou.
Denúncias
Além da orientação e do alerta destinados aos menores através do Cras, profissionais das escolas, de unidades de saúde e até guardas municipais são capacitados para identificar possíveis casos de violência.
Alterações de comportamento e sinais no corpo dos menores podem ser indícios que devem ser observados. A partir da identificação da violência as denúncias podem ser feitas de forma anônima através do ‘Disque 100’, que é um canal especialmente criado para atender esse tipo de crime. Além disso, os Creas e Cras podem ser usados como canais de denúncia.