Campanha nacional foca no diagnóstico e tratamento das hepatites virais

 

Neste mês está sendo realizada, em todo o Brasil, a campanha “Julho Amarelo”, instituída em 2019 com a finalidade de reforçar as ações de prevenção e conscientização das hepatites virais. Ontem, dia 28, foi o Dia Mundial de Combate às doenças e hoje, 29, acontece o encerramento da campanha em Barra Mansa.

De acordo com a supervisora do Programa Municipal de IST/Aids e Hepatites Virais, Maryelle Pessoa, há vários tipos de hepatites, todas consistindo na inflamação do fígado. O foco da campanha nacional são as hepatites virais, que podem ser transmitidas, sobretudo, por relações sexuais desprotegidas, transfusão de sangue e compartilhamento de seringas e objetos perfuro-cortantes, como agulhas, lâminas de barbear e alicates de unhas. Na gravidez, o vírus também pode ser transmitido da mãe para o filho.

Em muitos casos, conforme destacou Maryelle, as hepatites virais são silenciosas e demoram a manifestar sintomas. Quando eles aparecem, podem ser sob a forma de cansaço, mal-estar, tontura, enjôo, vômito, dor abdominal, peles e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

“Nas unidades básicas de saúde de Barra Mansa nós fazemos testagens rápidas para hepatites B e C. Às vezes a gente fala de infecção sexualmente transmissível e a pessoa só se lembra de HIV e sífilis, mas esquece das hepatites. É importante que o paciente peça para realizar todos os testes quando fizer a coleta de sangue”.

Vale lembrar que a cor amarela no nome da campanha está ligada a um dos sintomas clássicos da doença: a pele e os olhos amarelados. Segundo informações do Ministério da Saúde, de 2000 a 2021, foram notificados mais de 700 mil casos confirmados de hepatites virais no Brasil.

 

TRATAMENTO

Em caso de resultado positivo no teste rápido, o paciente é encaminhado para o Programa Municipal de IST/Aids e Hepatites Virais. No local, é feita mais uma coleta de sangue, que é enviada para a realização de genotipagem no Laboratório Municipal.

O médico hepatologista e gastroenterologista Hugo Ricardo Amaral da Silveira, que coordena o Programa em Barra Mansa, contou mais detalhes.

“O paciente só faz tratamento de Hepatite B se houver uma carga viral maior que 2.000 unidades e que tenha uma representação de fibrose acima de F2. O tratamento é para a vida toda. Já a hepatite C tem um tratamento adequado, que dura, em média, três meses, feito por via oral, sem grandes efeitos colaterais. As chances de cura são em torno de 95%”.

Hugo informou também que 80% dos casos de Hepatite B são curados de forma natural por reação do próprio organismo. Já o caso da Hepatite C é o contrário: em torno de 80% dos casos vão precisar de acompanhamento.

 

VACINAÇÃO

Para prevenção da Hepatite B já existe vacinação específica, que é feita em três doses. Geralmente os bebês tomam a primeira dose ao nascer. Mas quem está com a imunização desatualizada pode colocar a carteira de vacinação em dia em uma unidade de saúde do município. Deve-se tomar a segunda dose um mês após a primeira; e a terceira, seis meses depois da segunda.